PIX: Bancos e fintechs iniciam testes na plataforma do Banco Central

Nesta etapa, instituições financeiras estão avaliando estrutura construída e analisando experiência de uso no ponto de vista do consumidor final

Foi dada a largada na corrida dos novos players de mercado do novo sistema de pagamento instantâneo PIX. Iniciado em 1 de junho, a execução bem sucedida dos testes técnicos é condição necessária para a autorização da instituição no ambiente de produção, na data de implantação do PIX, em novembro deste ano.

A etapa homologatória, em que estamos agora, tem o objetivo de garantir o funcionamento do serviço de pagamento. Neste momento, estão sendo realizados testes nas plataformas operacionais SPI e DICT e, também, verificar experiências para o consumidor final, utilizando dados fictícios. Todos esses esforços estão sendo feitos para garantir que a população tenha acesso ao PIX de forma prática, simples e segura, para que possam utilizar esse meio de pagamento no dia a dia.

Os testes são importantes porque confirmam o pleno funcionamento das funcionalidades e sistemas e de como as instituições vão apresentar o PIX aos seus clientes. É verificado também se as interfaces atendem os requisitos definidos pelo BC e se o aplicativo das instituições está amigável para os clientes realizarem suas transações via celular.

Testes como comunicação, assinatura, registro de chaves das transações são obrigatórios, bem como se o cadastro vinculando a conta de um usuário ao seu número de celular está correto.

Experimentando recursos

Durante este período de testes, alguns bancos já estão simulando o envio de remessas financeiras. O dinheiro sai da conta do pagador, passa pelo sistema SPI, do Banco Central e cai na conta de outro banco. Então, é confirmada a transação e a compensação financeira.

Os testes envolvendo o sistema de QR Codes são testes críticos que merecem atenção especial, para entender como toda a plataforma vai funcionar. Outro item importante que tem ganhado a atenção dos bancos e fintechs é a checagem do desempenho das operações em larga escala. E nesse sentido, os Hardwares Security Modules (HSMs), ou appliances de segurança, têm se mostrado um aliado fundamental na garantia da performance, confiabilidade e integridade das transações instantâneas.

Efetuar o pagamento pelo celular no PIX será algo convidativo, prático e evitará os riscos que já conhecemos no uso do dinheiro em espécie, especialmente em época de Covid-19. Em breve, até mesmo o Governo deverá efetuar pagamentos aos cidadãos utilizando as carteiras digitais para os mais de 55 milhões de não “bancarizados”.

Hoje, mais de 900 bilhões de reais são movimentados pelo uso do dinheiro em espécie por uma fatia da população que não tem acesso ao modelo tradicional de contas em bancos.

No entanto, em época de pandemia mundial e de transformação digital, o mundo físico é migrado para o digital, e o novo sistema de pagamento instantâneo, associado aos mobile banks e, principalmente, às carteiras digitais simplificará e agilizará a oferta de comodidade no modelo de transações financeiras para o indivíduo.

Acessibilidade e oportunidade

Para abrir uma conta nas carteiras digitais, basta um simples CPF ou um número de telefone cadastrado. Essa facilidade permite a inclusão financeira e digital de um número cada vez maior de pessoas não bancarizadas.

Acontece que esse universo das carteiras estava restrito ao universo de recebedores e pagadores, e nesse ecossistema era necessário ter um volume específico de transações, para que se pudesse receber, pagar suas contas e realizar compras por meio da carteira.

Com a entrada no ar do PIX, o novo meio de transferência instantâneo de fundos, será possível pagar uma conta de consumo, efetuar uma compra de utensílios, alimentos, ou, até mesmo para transferir dinheiro de uma pessoa para outra, os cidadãos poderão pagar e receber através de uma carteira digital ou conta bancária.

Neste cenário, as pessoas que hoje se encontram à margem do sistema financeiro serão inseridas no uso do novo recurso financeiro e tecnológico, que permeia a sociedade do Século 21.

Muitas pessoas que ainda hoje olham para os bancos como lugares inacessíveis serão os maiores beneficiados do Pagamento Instantâneo. O PIX permitirá transações de pagamentos praticamente em tempo real e com baixa taxa de operação, chegando a zero. O novo sistema será uma ferramenta revolucionária no mercado.

Para as empresas que ainda não se cadastraram, mas têm interesse em participar diretamente do PIX, novas solicitações de cadastramento somente estarão disponíveis, de forma permanente, a partir de 1º de dezembro de 2020, pós lançamento do novo sistema de pagamento instantâneo.

E para as empresas que já estão cadastradas, é hora de se preparar para colocar em breve o novo sistema de pagamento instantâneo em produção. Quem chega primeiro tem, certamente, mais oportunidades de mercado.

 

*Marco Zanini é CEO da DINAMO Networks

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