Certificação digital: Dinamo Networks vai exportar tecnologia brasileira de HSMs

Dezoito anos depois, o mercado de certificação digital ganha impulso com a adoção da nuvem e também pelo novo negócio, batizado de PSC (Prestador de Serviço de Confiança), entidade da ICP-Brasil, que tem por tarefa o armazenamento em nuvem das chaves privadas dos usuários finais de certificados digitais. Esse é um mercado que não está restrito as autoridades certificadoras e tem atraído também o interesse de bancos, entidades de classes, entre outras organizações.

“A maior parte dos PSCs quer usar appliances que facilitem e padronizem as assinaturas digitais e as respectivas verificações. O HSM (Hardware Security Module) é obrigatório para quem quer usar a nuvem para oferecer um serviço ao cliente. A grande vantagem é que o HSM tem de ser homologado pelo ITI para ser usado. Ele passa por verificações”, afirma, em entrevista ao Convergência Digital, o diretor da Dinamo Networks, Marco Zanini.

A empresa já produziu 1000 equipamentos de grande porte e cerca de 1300 equipamentos voltados para médias e pequenas empresas, quando a expectativa era a de vender 400 máquinas ao segmento no ano passado. “A demanda ficou muito acima do esperado. Tanto é assim que nosso planejamento para esse ano é colocar 3000 mil máquinas no mercado, observando que a produção do hardware é terceirizada, mas o software é feito no nosso centro de Desenvolvimento. Outro diferencial que temos é o suporte técnico local, que nos coloca à frente dos nossos rivais em concorrências nos setores público e privado”, conta Zanini.

O PSC é a entidade da ICP-Brasil regulamentada pelos DOC-ICP-17 e DOC-ICP-17.01, ambos aprovados em reunião do Comitê Gestor da ICP-Brasil ocorrida em 10 de novembro de 2017. Por se tratar de um serviço na nuvem, o protocolo KMIP passou a ser obrigatório. A arquitetura do PSC deve prever a interoperabilidade entre equipamentos criptográficos distintos, em localidades diferentes, aplicando técnicas de alta disponibilidade e balanceamento de carga facilmente.

Com o mercado em alta – muitos países na região estão adotando serviços públicos semelhantes ao do Brasil, como Nota Fiscal Eletrônica e Imposto de Renda online – a Dinamo Networks traçou um plano de crescimento internacional. O primeiro passo já está dado. A empresa está em processo para a obtenção de homologação no NIST da sua solução. O processo leva de seis a nove meses e demandará investimentos em torno de R$ 2,5 milhões. “Mas só assim podemos vender para a América Latina, Europa e para os Estados Unidos”, afirma Zanini. A internacionalização prevê a abertura de operações na Europa (Portugal ou Espanha) e na América Latina (Peru ou Chile).

Atualmente, a receita da Dinamo Networks advém a maior parte das máquinas grandes (70%, adquiridas em definitivo pelas empresas) e 30% das máquinas menores, mas, em dois anos, a expectativa é que aconteça a reversão, uma vez que a adoção de venda por serviços ganha cada vez mais corpo no mercado. “A massificação da nuvem nos abre mais modelos de negócios e receitas recorrentes. Em cinco anos, a venda por serviço será a grande fonte de receita”, completa Zanini.

Fonte: Portal Convergência Digital – Ana Paula Lobo

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