Contabilidade digital no Brasil: desafios e tecnologia

Cada vez mais é necessário investir em tecnologia para resolver problemas que não existiam e que nós mesmos criamos e hoje somos reféns

Quando falamos em contabilidade e gestão tributária, temos um longo período em que muito se fez com papel e caneta e, sim, a vida era muito mais dura naquela época! Mas será que era mesmo?

Quando falamos em contabilidade antes do plano SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), tínhamos diversos controles e papéis que encaminhávamos a nosso setor contábil ou aos nossos fiéis e responsáveis contadores, que avidamente liam tudo, organizavam, tabulavam, calculavam e geravam grandes volumes de documentos para serem registrados na Junta Comercial e posteriormente arquivados no famoso “Arquivo Morto”, aquela sala que continha caixas e mais caixas, o que custava muito às companhias.

Como isto era complicado para os envolvidos no processo, empresas e Fisco, surgiu a grande ideia: mudar tudo para digital! E assim nascia o plano SPED com o intuito de facilitar o report das empresas e a agilidade do Fisco na sua auditoria, autenticações e arquivamentos.

A partir daí, começou a evolução e informatização da contabilidade. Mas quais foram os primeiros impactos disso? Já fez esta reflexão?

Primeiramente, precisamos pensar na padronização dos processos e no investimento em equipamentos e softwares cada vez mais modernos, com o objetivo de melhorar as operações fiscais e ganhar eficiência, afinal, se tem um computador envolvido, deve ser eficiente, certo?

Pois então, ao mesmo tempo que se reduziam as atividades manuais e as quantidades de documentos em papel, cresciam os processos operacionais para acompanhar as atividades, gerenciar, estruturar, automatizar, desenvolver e otimizar os ambientes fiscais. O que no fim, tornaram os processos muito mais auditados e complicados.

Após esse período de adequação, chegou o advento da padronização e estruturação da prestação das informações, a adoção do Brasil com as Normas Internacionais da Contabilidade (IFRS). Ou seja, o Plano SPED criou o que foi necessário nas prestações de informações e a IFRS veio para padronizar a prática contábil.

Dessa forma, o que já não estava fácil acabou por ficar um pouco mais difícil na realidade dos contabilistas deste país: diversos Estados não adotaram as obrigações do plano SPED e foram criadas novas obrigações, as prefeituras não padronizaram as notas fiscais de serviço, criaram-se outras obrigações a serem informadas no nível municipal, os SPEDs evoluíram e cada vez pedem mais informações. Tudo isso ao mesmo tempo em que a assertividade do fisco nas autuações está cada vez maior!

OK! Existem iniciativas das prefeituras na padronização da Nota Fiscal de Serviço e os Estados que não adotaram o plano SPED já estão em processo de adoção, mas dizer que esta já é a realidade não é correto.

Cada vez mais é necessário investir em tecnologia para resolver problemas que não existiam e que nós mesmos criamos e hoje somos reféns.

Passamos a utilizar a inteligência artificial para apoiar na identificação de inconsistências, contratamos consultorias especializadas em revisão e análise de processos afim de melhorar nossa eficácia, buscamos soluções fiscais para automatizar a parte operacional e garantir a solidez de nossas informações, desenvolvemos macros em Excel que são verdadeiros sistemas inteligentes para buscar e identificar padrões e possíveis erros.

Mas alguém já se perguntou o quanto investimos em pessoas para tornar nossa área fiscal uma vantagem competitiva? Se o processo evoluiu tanto, nós evoluímos juntos? Ou estamos fazendo mais do mesmo?

E agora pergunto como está a eficiência de sua equipe? E seus controles? O quanto vem investindo na sua área fiscal? Afinal de contas, acompanhar a legislação e trabalhar nas melhorias e evoluções do dia-a-dia nem sempre é uma tarefa simples, podemos até dizer que na verdade é extremamente complicado.

Por isso, é de suma importância contar com alguém que te apoia e te fornece as soluções necessárias para reduzir seu custo operacional e ganhar eficiência. Reflita um pouco sobre este tema, as empresas vêm inovando e se redescobrindo, e você?

Fonte: *André Fernandes é especialista em soluções fiscais da Cast group

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